segunda-feira, 9 de abril de 2012

Avaliação detalhada do novo Fiat Grand Siena

A maior linha de sedãs do Brasil é a da General Motors – que, não por acaso, é quem mais vende modelos nesse segmento. Começa com o Classic, passa pelo Prisma, segue com o novato Cobalt, o médio Cruze, o médio-grande Malibu e o “top” grande Omega. Nessa escala ascendente, ainda irá encaixar em breve um sétimo exemplar de três volumes, o Sonic, um compacto mais equipado que o Cobalt.
Já a Ford oferece os sedãs Fiesta RocamNew FiestaFocus e Fusion. E a Volkswagen contra-ataca com Voyage, Polo, Jetta e Passat. Entre as chamadas “quatro grandes” – marcas que há mais tempo atuam no mercado nacional –, a Fiat estava em situação desprivilegiada no segmento: só tinha o Siena e o Linea.
Para tentar reverter a desvantagem, a marca acaba de apresentar o Novo Grand Siena, a nova geração do Siena. Se posicionará exatamente entre o antigo Siena – que será mantido nas configurações básicas EL 1.0 e EL 1.4 – e o Linea. E o Grupo Fiat ainda planeja complementar a oferta de sedãs com modelos “top” como Chrysler 300 C e Dodge Dart, produzidos pela fabricante norte-americana Chrysler – que os italianos controlam desde o ano passado.
Ao contrário do antigo Siena, que nada mais é do que uma versão com porta-malas protuberante do velho Palio, no Novo Grand Siena a proposta foi criar um sedã com personalidade própria. Ou seja, algo bem distanciado do Novo Palio, lançado em novembro do ano passado. O Siena já vendeu mais de 813 mil unidades desde 1997, quando foi lançado, até 2011.

No ano passado, foram 90 mil unidades – 12% das vendas da marca no Brasil durante o ano. Mas, depois de três face-lifts – 2000, 2004 e 2007 –, perdeu o posto de sedã mais vendido do país paraClassic. Mais recentemente, foi ultrapassado também pelo Voyage e até pelo novato Cobalt. Fica claro que já estava mais do que na hora de criar uma nova geração para o sedã da Fiat.
De acordo com as tendências globais de design automotivo, o Novo Siena nasce maior que a geração anterior em todas as dimensões – o que se explicita no prenome Grand. Em comparação aoSiena antigo, é significativos 13,4 centímetros mais comprido, 6,1 cm mais largo, 5,3 cm mais alto, e tem 13,7 cm a mais de entre-eixos.
No total, o Novo Grand Siena tem 4,29 metros de comprimento, 1,70 m de largura, 1,51 m de altura e 2,51 m de entre-eixos. O novo sedã combina a parte dianteira da plataforma do Uno com a arquitetura traseira e suspensão do Punto.
Em termos de estilo, o Novo Grand Siena pouco herda de seu antecessor. Investe em um visual aerodinâmico, com vincos ascendentes no capô e na lateral que reforçam o aspecto ágil. Os faróis bem espichados também intensificam a sensação de movimento na parte frontal

A traseira é elevada e imponente e as lanternas em forma de setas invadem a tampa do porta-malas, no qual a parte vertical e a horizontal se encontram em um ângulo ligeiramente arrebitado, insinuando um aerofólio. Por dentro, o aspecto geral é moderno e os revestimentos são simples – lembram a versão “top” do Novo Palio.
São três opções de propulsores. O básico é o 1.4 Evo de 85/88 cv. Na versão “top” Essence, o motor é o 1.6 litro 16V E-torq, de 115/117 cv. E continua a existir a motorização batizada de Tetrafuel, que roda com gasolina brasileira misturada com álcool anidro, com etanol, com a gasolina pura usada nos países latinos e também com gás natural veicular. Na versão Essence, o câmbio pode ser manual de cinco marchas ou automatizado Dualogic. Nas outras versões, apenas o câmbio manual é oferecido.
A expectativa da Fiat é que 70% dos Novo Grand Siena vendidos sejam da versão 1.4, 25% da versão “top” 1.6 e 5% da versão Tetrafuel. Os preços ajudam a explicar tais expectativas. O Novo Grand Siena Attractive 1.4 começa em R$ 38.710, a 1.6 Essence manual parte do R$ 43.470 e a com câmbio automatizado Dualogic inicia nos R$ 45.900.
Já a com motor Tetrafuel começa em R$ 48.210. O Siena antigo foi reposicionado e agora custa R$ 31.180 na versão 1.0 e R$ 33.300 na versão 1.4. O sLogan escolhido para o lançamento do NovoGrand Siena – “Faz toda a diferença” – serve também para relacionar o custo de cada produto às suas expectativas de venda. Para a maioria dos consumidores brasileiros, na hora de comprar carro, o preço ainda faz toda a diferença.

Primeiras impressões – Missão possível
Santiago/Chile – O segmento de sedãs é encarado pelos fabricantes de automóveis brasileiros como o primeiro passo na evolução para os que sempre tiveram um hatch. Ou seja, modelos que refletem a mesma “trajetória emergente” da badalada “nova classe média brasileira”.
É o segmento da sociedade que tornou-se a menina dos olhos de várias marcas e o alvo preferencial de alguns novos sedãs, como Chevrolet Cobalt e Nissan Versa. Ambos são compactos espaçosos, com bom nível de equipamentos, preços competitivos e design que dá a impressão de serem maiores do que são – a chamada “size impression”. Exatamente onde a Fiat quer posicionar o Novo Grand Siena.
Ao entrar, o novo Fiat chama a atenção pelo estilo do interior, moderninho e agradável. Segundo a marca, o novo sedã tem o melhor espaço para pernas no banco traseiro do segmento. O acabamento interno parece o das versões “top” do Novo Palio, sem revestimentos sofisticados ou superfícies macias.
Só não dá para entender porque os vidros da portas da frente não descem totalmente, deixando um inusitado meio centímetro para fora da fresta da porta na parte posterior. Parece erro de projeto e não acrescenta qualquer “glamour” ao modelo.
Dinamicamente, o Novo Grand Siena até que se comportou bem nas estradas chilenas. Foram avaliadas em dois circuitos em torno da vinícola Viña Mar, na periferia da capital, as versões Essence 1.6 com câmbio Dualogic e a Attractive 1.4 com câmbio manual. O câmbio automático Dualogic continua seu processo de evolução e agora já dá bem menos trancos do que na época que foi lançado.
Mas ainda fica difícil manter o bom humor diante da patética mensagem “O comando não pode ser efetuado” que aparece quando se engata uma ré um pouco mais rapidamente. O jeito é respirar fundo, pisar no freio e repetir a manobra de forma mais calma. Ao menos as borboletas no volante tornam a possibilidade de acionamento manual do câmbio bem mais divertida. Já a versão com câmbio manual tem comportamento bastante similar ao câmbio do Novo Uno, que é bem correto.
Não havia curvas muito acentuadas no circuito proposto para a avaliação do novo sedã da Fiat. Foi preciso sair dele para tentar perceber melhor o comportamento da suspensão em alguns trechos sinuosos. E o Novo Grand Siena se saiu de forma satisfatória, sem dar sinais de desequilíbrio nem adernar excessivamente nas curvas. Os freios, quando exigidos de forma mais severa, também reagiram a eficiência esperada de um sedã compacto.
Não chega a surpreender a constatação de que a motorização 1.4 litro oferece desempenho bem menos interessante que a 1.6. Na versão com motor mais modesto, é preciso calcular melhor o espaço disponível para as eventuais ultrapassagens, já que as retomadas são bem mais comedidas.
Em resumo, o Gran Siena pode até não ser um automóvel que irá estremecer o mercado – como o terremoto de 6,8 graus na escala Richter que abalou o Chile no dia seguinte ao lançamento. Mas certamente modelos como Cobalt e Versa vão ter uma vida mais difícil a partir de agora. Tem sedã novo no pedaço.

Ficha técnica – Fiat Novo Grand Siena Essence 1.6 Dualogic
Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro com comando simples no cabeçote. Injeção multiponto sequencial e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automatizado com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira.
Potência máxima: 115 cv e 117 cv a 5.500 rpm com gasolina e etanol.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 10,0 e 9,9 segundos com gasolina e etanol.
Velocidade máxima: 192 e 194 km/h com gasolina e etanol.
Torque máximo: 16,2 kgfm e 16,8 kgfm a 4.500 rpm com gasolina e etanol.
Diâmetro e curso: 77 mm X 85,8 mm. Taxa de compressão: 10,5:1.
Suspensão: Dianteira do tipo McPherson com rodas independentes, com braços oscilantes inferiores, barra estabilizadora, amortecedores hidráulicos e molas helicoidais. Traseira por eixo de torção com rodas semi-independentes com amortecedores hidráulicos e molas helicoidais.
Pneus: 195/55 R16.
Freios: Discos ventilados na frente e tambor atrás. Oferece ABS com EBD de série.
carroceria: Sedã em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. Com 4,29 metros de comprimento, 1,70 m de largura, 1,50 m de altura e 2,51 m de distância entre-eixos. Airbags frontais de série e laterais como opcionais.
Peso: 1.148 kg.
Capacidade do porta-malas: 520 litros.
Tanque de combustível: 48 litros.
Produção: Córdoba, Argentina.
Lançamento: 2012.
Itens de série: ABS com EBD, airbag duplo, ar-condicionado, banco do motorista com regulagem de altura, banco traseiro rebatível, computador de bordo, cruise control, direção hidráulica, faróis de neblina, rodas de liga leve de 16 polegadas, trio elétrico e volante com regulagem de altura.
Preço: R$ 45.990.
Opcionais: Pintura metálica, apoio de braço central, rádio/CD/MP3/Bluetooth, retrovisores externos elétricos, sensor de chuva e de luminosidade, retrovisor interno eletrocrômico, sensor de estacionamento traseiro, airbags laterais e volante multifuncional com borboletas.
Preço completo: R$ 52.020.


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