Chinês e o antigo Uno, na versão duas portas, são os mais baratos do país.
QQ se destaca por itens de série, mas Mille tem melhor desempenho.
Ao desembarcar por aqui em maio passado, o Chery QQ mexeu com a concorrência, assumindo o posto de automóvel mais barato do Brasil. Dois meses e um reajuste de R$ 1.000 depois, o chinês com cara de desenho animado foi ‘destronado’ pelo experiente Fiat Mille, que retomou a posição de mais em conta do país. Enquanto Chery e Fiat travam batalha de preços, o G1 mostra como fica a briga no quesito desempenho, entre outros. Os dois veículos foram avaliados no perímetro urbano e em rodovias de São Paulo.
Com versão única, Chery QQ parte de R$ 23.990; Fiat Mille Economy começa em R$ 23.490, para duas portas, e R$ 25.350, para quatro portas
Quatro e duas portas
Produzido do outro lado do mundo, o QQ – que em chinês significa ‘fofinho’ – parte de R$ 23.990, enquanto o Mille Economy, fabricado em Betim (MG), é R$ 500 mais em conta, na versão duas portas. No entanto, como o objetivo era confrontar versões mais próximas possíveis, já que o QQ só existe com quatro portas, a opção do Fiat levada em conta neste embate é também a quatro portas. Ela custa R$ 25.350 –R$ 1.360 a mais que o Chery. De qualquer forma, as versões de entrada do Mille Economy, seja com duas ou quatro portas, apresentam o mesmo nível de equipamentos, mesmo motor e dimensões.
Produzido do outro lado do mundo, o QQ – que em chinês significa ‘fofinho’ – parte de R$ 23.990, enquanto o Mille Economy, fabricado em Betim (MG), é R$ 500 mais em conta, na versão duas portas. No entanto, como o objetivo era confrontar versões mais próximas possíveis, já que o QQ só existe com quatro portas, a opção do Fiat levada em conta neste embate é também a quatro portas. Ela custa R$ 25.350 –R$ 1.360 a mais que o Chery. De qualquer forma, as versões de entrada do Mille Economy, seja com duas ou quatro portas, apresentam o mesmo nível de equipamentos, mesmo motor e dimensões.
O trunfo do QQ não é só o preço competitivo, mas também o que ele entrega como itens de série por este valor. O chinês traz de fábrica airbag duplo, freios com ABS (antitravamento), direção hidráulica, ar-condicionado, travas, vidros (das quatro portas) e espelhos elétricos, faróis de neblina, rádio CD player com MP3 e conexão USB, desembaçador e limpador do vidro traseiro, abertura interna do porta-malas e do tanque de combustível. As rodas de 13 polegadas são de aço.
O Mille, por sua vez, não entrega de série nenhum dos itens acima citados – airbag duplo, freios com ABS, faróis de neblina, espelhos elétricos sequer são opcionais e abertura interna de tanque de combustível e do porta-malas. Para equipar o Fiat com uma lista próxima à do QQ, o comprador terá que desembolsar R$ 2.075 pelo ar-condicionado e R$ 3.735 pelos demais itens (kit Top 2), elevando o preço do veículo para R$ 31.160.
Desempenho
Quando os motores são ligados, o Fiat começa a recuperar o espaço perdido no quesito custo-benefício. Com motor 1.0 8V flex, o Mille entrega 66 cavalos a 6.000 rpm e 9,2 mkgf de torque já a partir de 2.500 rpm (quando abastaecido com álcool), o que lhe garante boa agilidade no perímetro urbano. Acelerações e retomadas são satisfatórias para seus 830 kg.
Quando os motores são ligados, o Fiat começa a recuperar o espaço perdido no quesito custo-benefício. Com motor 1.0 8V flex, o Mille entrega 66 cavalos a 6.000 rpm e 9,2 mkgf de torque já a partir de 2.500 rpm (quando abastaecido com álcool), o que lhe garante boa agilidade no perímetro urbano. Acelerações e retomadas são satisfatórias para seus 830 kg.
No entanto, para melhorar a dirigibilidade do veterano, a transmissão manual de cinco velocidades poderia ter engates mais precisos e curtos, a direção deveria ter menos folga e a suspensão precisa ser um pouco mais firme, inibindo um pouco a inclinação da carroceria nas curvas mais acentuadas.
O QQ traz sob o capô um motor 1.1 16V, que funciona apenas com gasolina, mas os índices de performance são parecidos: 68 cv a 6.000 rpm e torque de 9,1 mkgf entre 3.500 e 4.500 rpm – números que agradam para 890 kg.
O câmbio manual de cinco velocidade tem engates longos e barulhentos, gerando forte impressão de fragilidade. Já a suspensão é ‘molenga’ demais – uma característica dos carros com DNA chinês. Ao passar por buracos ou abusar em algumas lombadas, é possível sentir a traseira ‘pulando’ - causando desconforto. Nas curvas, a inclinação da carroceria é acentuada, transmitindo sensação de insegurança.
Acabamento
Internamente, o acabamento dos dois veículos deixa muito a desejar. Entrar no Mille, por exemplo, chega a ser nostálgico. O modelo ainda conta com elementos do Uno das décadas de 1980 e 1990. São muitas peças plásticas, algumas com rebarbas e encaixes pouco precisos. Em alguns pontos é possível ouvir o bate-bate das peças Os porta-objetos das portas são muito apertados.
Internamente, o acabamento dos dois veículos deixa muito a desejar. Entrar no Mille, por exemplo, chega a ser nostálgico. O modelo ainda conta com elementos do Uno das décadas de 1980 e 1990. São muitas peças plásticas, algumas com rebarbas e encaixes pouco precisos. Em alguns pontos é possível ouvir o bate-bate das peças Os porta-objetos das portas são muito apertados.
Acabamento interno do Mille é espartano e remete ao Uno da década de 1990 (Foto: Daigo Oliva/G1)O painel de instrumentos, que apesar de trazer o Econômetro (medidor analógico que indica se a condução está consumindo muito ou pouco combustível), não tem conta-giros e computador de bordo. A falta de ajuste de altura e profundidade da coluna de direção também incomoda, por impedir que o motorista encontre a melhor posição ao volante. O banco do condutor também não tem regulagem de altura.
Para ter o Econômetro, painel do Mille perde o
conta-giros
O Chery enfrenta os mesmo problemas que o Fiat, apesar de ser um pouco mais ‘moderninho’ por dentro. Há excesso de peças plásticas na cor branca – com o que o brasileiro ainda está começando a se acostumar – e elas apresentam folgas acentuadas. Isso provoca barulhos incômodos dentro da cabine. Também não há regulagens da coluna de direção e do banco do motorista, apesar da posição de dirigir ser elevada.
Avcabamento do QQ utiliza tons claros para transmitir a sensação de mais espaço A tecnologia se faz presente no painel de instrumentos, com leitores digitais –conta-giros, velocímetro e medidor de combustível. Mas a falta de precisão assusta. Ao dar a partida, o velocímetro salta, mesmo com o carro parado, para 4 km/h. Na estrada, é impossível cravar uma única velocidade. Tentando rodar a 100 km/h, o velocímetro oscila entre 98 km/h e 102 km/h. Sendo assim, o leitor de consumo instantâneo – também digital – também causa desconfiança quanto a sua precisão.
Painel de instrumentos temn visual moderno com
leitores digitais
Ponto negativo para alguns comandos. Para ligar a lanterna, por exemplo, é um botão que em outros veículos serviria para regular a altura do facho de luz.
Espaço
Neste ponto, o Mille é ligeiramente superior. Apesar dos 14 cm a mais de comprimento, o Fiat é apenas 2 cm maior na distância entre os eixos e 4 cm mais baixo que o Chery. No entanto, por ser mais largo, o modelo mineiro levar com ‘menos desconforto’ três pessoas no banco de trás. No QQ, isso é praticamente impossível. O Mille também leva vantagem no porta-malas: são 290 litros contra 190 l do carro chinês.
Neste ponto, o Mille é ligeiramente superior. Apesar dos 14 cm a mais de comprimento, o Fiat é apenas 2 cm maior na distância entre os eixos e 4 cm mais baixo que o Chery. No entanto, por ser mais largo, o modelo mineiro levar com ‘menos desconforto’ três pessoas no banco de trás. No QQ, isso é praticamente impossível. O Mille também leva vantagem no porta-malas: são 290 litros contra 190 l do carro chinês.
Design
Olhando de fora, os dois veículos são completamente diferentes. Enquanto o Chery apresenta contornos arredondados e, até certo ponto, atuais, o Mille é ‘quadradão’, sisudo e pouco evoluiu desde sua chegada ao Brasil na década de 1980. No entanto, há quem prefira a sobriedade do Fiat à simpatia do QQ. É uma questão de gosto.
Olhando de fora, os dois veículos são completamente diferentes. Enquanto o Chery apresenta contornos arredondados e, até certo ponto, atuais, o Mille é ‘quadradão’, sisudo e pouco evoluiu desde sua chegada ao Brasil na década de 1980. No entanto, há quem prefira a sobriedade do Fiat à simpatia do QQ. É uma questão de gosto.
Conclusão
O QQ leva a melhor no preço e no nível de equipamentos, mas nos quesitos desempenho e espaço acaba patinando diante da experiência do Mille. O Fiat também é superior em um fator subjetivo, mas que pesa na hora de fechar uma compra: a ‘confiança’. Por mais que a Chery tenha anunciado o início da construção de uma fábrica no Brasil, as chinesas – não apenas a fabricante do QQ – ainda causam leve receio no mercado. Sendo assim, apesar de inferior no custo-benefício, o Mille ainda parece uma compra mais segura. O tempo poderá desmentir isso.
O QQ leva a melhor no preço e no nível de equipamentos, mas nos quesitos desempenho e espaço acaba patinando diante da experiência do Mille. O Fiat também é superior em um fator subjetivo, mas que pesa na hora de fechar uma compra: a ‘confiança’. Por mais que a Chery tenha anunciado o início da construção de uma fábrica no Brasil, as chinesas – não apenas a fabricante do QQ – ainda causam leve receio no mercado. Sendo assim, apesar de inferior no custo-benefício, o Mille ainda parece uma compra mais segura. O tempo poderá desmentir isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário